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Ao meu quarto: o melhor lugar do mundo


Hoje é dia de me despedir do meu quarto. Já tive vários quartos nessa vida, mas me despedir desse é como se despedir de uma vida inteira.


Eu amei esse quarto desde a primeira vez que eu o vi. Sua vista privilegiada da cidade e seu camarote para o pôr-do-sol foi o que me consolou em um ano.


Lembro de pedir a Deus para as outras meninas me escolherem para ocupar aquele quarto. Nele eu tinha um guarda-roupa! Sim, eu nunca tive um guarda-roupa só meu...


E hoje, empacotando, colocando em caixas tudo que é meu para fora dele, dói. Dói porque esse pequeno espaço foi meu refúgio. Foi o meu lugar. Nele eu me sinto segura. Me sinto eu mesma. Me sinto fora de órbita.


Na minha última dança por esse quarto, relembro cada dança que já tive aqui. Umas no meio da noite, outras de manhã, algumas nos sábados à noite bebendo cerveja...


Esse quarto representou muito para mim. Meu interior sabia que meu tempo seria curto aqui, mas eu imaginaria que o deixaria para descobrir outro cantinho meu no mundo, mas não.


Sabe aquele ditado: Você só dá valor quando perder? Bem eu sou prova viva disso! Esse quarto foi meu mundo.


Quando eu sai da casa dos meus pais, não sentia falta do meu quarto lá. Agora desse aqui, tá sendo difícil despedir.


Entretanto acredito que minha cota de pôr-do-sol magníficos se esgotou. Chegou a hora de deixar outra pessoa se sentir grata ao ver o espetáculo da vista daqui.


A você, meu ex-quarto, vida longa. Você é especial e faz as pessoas a que você acolhe, especiais.

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