Quando eu mudei da casa dos meus pais pela primeira vez, eu pensava: existe a minha casa e a casa dos meus pais.
Depois de passar por várias casas e até países, o significado de casa/lar mudou e quando retornei para morar na casa dos meus pais, 5 anos depois de ter partido, foi tudo muito diferente.
Aquela era a minha casa de novo, tive que conquistar o espaço de um quarto, adaptar à rotina e voltar a ser a favorita dos cachorros. E não foi fácil. Viver ali era como ter dado um passo para trás. Pareceria que eu havia desistido de tudo que eu já tinha conquistado e vivido. Eu tinha voltado a estaca zero, de novo.
Entretanto, meses depois, eu me mudei e comecei a viver outra casa em outra cidade. Não era mais minha casa e a dos meus pais. Eu tenho duas casas. Duas camas. Dois travesseiros. Dois quartos. E perambulo por duas cidades.
Muita coisa mudou, até meu relacionamento com a cidade antiga que não era dos melhores! Hoje o coração aperta quando tenho que voltar pra minha segunda casa...
Um parente meu um dia, no meu auge, me disse: nunca esqueça suas raízes e eu nunca entendi direto. Pensava: ué mas eu nunca esqueci, sei da minha jornada, mas hoje quero ir além dela e depois de anos aqui estou eu aprendendo mais sobre a vida!
Minhas raízes são essas, eu tenho orgulho não só do que já fiz, mas de onde eu vim. E hoje eu digo: eu amo a minha cidade, ela não é mais só a cidade dos meus pais, é a minha cidade também!
Ou seja, lar é onde nosso coração está!
