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O homem do metrô de Paris


Observar as pessoas é um hobbie. Adoro ficar olhando e imaginando como é a vida delas, o que as preocupa, o que as fazem felizes e o que as levaram até aquele lugar onde eu as observo.


Quando fui para Paris, me deparei com uma cena que me inquietou. No metrô lotado havia um homem e uma mulher conversando. Eles estavam animados. Conversavam sorrindo. Como não sei francês, deduzi que estavam falando de algo bom.


Depois de duas paradas, a mulher desceu. Fiquei observando o homem. Ele com um sorriso enorme no rosto encostou-se à porta do metrô, fechou os olhos e suspirou de alegria.


Fiquei feliz só de vê-lo. Será que ele a chamou para sair e ela aceitou? Será que ele nunca teve coragem de conversar com ela e naquele dia os dois conversaram? Ou será que eles eram amigos ou colegas e ele percebeu que gostava dela? Havia inúmeros motivos para aquele sorriso sincero e apaixonado.


Lembrei na primeira vez que sorri daquela maneira. Só de lembrar eu já sorrio. A sensação de perceber que você gosta de alguém, a lembrança de algum momento bom com a pessoa, uma mensagem carinhosa ou uma simples conversa no metrô já é suficiente para “ganhar o dia”.


Fiquei observando o homem até ele descer. O sorriso no canto da boca não desaparecia. Ele estava feliz. Senti inveja dele. Uma inveja boa. Parecia estar apaixonado e o sentimento era reciproco. Acredito que tudo que precisamos em um relacionamento é respeito, reciprocidade e amor. O resto se resolve.


Hoje, depois de um ano do ocorrido à lembrança do moço encostado a porta do metrô de Paris me veio à mente. Deve ser para me lembrar de que coisas boas existem e que coisas boas virão... Assim eu espero!

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