E eu te amei em tons errados
- Talita Vital
- 22 de set. de 2017
- 1 min de leitura

Eu não vi você chegar. Você chegou sem aviso e sem álibi. Você chegou tímido, mas conseguiu me contar detalhes peculiares da sua vida em poucas horas. Você conversou o encontro inteiro. Você me mostrou que era um encontro. Você era tão lindo que eu não conseguia tirar os olhos de você.
Nosso beijo foi calmo, delicado, mas intenso. O frio nos fez voltar para casa andando de mãos dadas. Nossa noite foi urgente e eu dormi no seu ombro. Nossa manhã foi como acordar de um sonho e eu tive que sair correndo pra sua mãe não me ver.
Eu recebi mensagens amorosas suas. Mensagens dizendo o quanto você foi sortudo em me conhecer. Mensagens que você me chamava de bebê. Mensagens com promessas que não foram compridas.
E eu me apaixonei. Me apaixonei por uma expectativa de ficar junto. Me apaixonei por uma ilusão. Me apaixonei pelo cara que eu tinha orgulho de andar junto.
Você me ligava e eu ia correndo. Você brincava comigo, eu relevava. Você batia a minha porta e eu deixava você entrar. Você não queria se envolver, mas não conseguia me esquecer.
Nossas noites eram maravilhosas. Nossos abraços apertados com medo de deixar o outro fugir. Nossos beijos então eram uma forma de ligação da alma. Mas nossas mensagens eram frias. Nossos telefonemas rápidos. Nossos encontros raros.
E eu ainda assim amei você. Amei como nunca havia amado ninguém. Amei de forma possessiva e ciumenta. Eu te amei em tons errados. Mas eu te amei e hoje é isso que importa.
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