Por Talita Vital
- Talita Vital
- 20 de mai. de 2017
- 2 min de leitura

É estranho ver meu nome acompanho de um texto. Não estranho do tipo ruim, mas estranho do tipo: quanta responsabilidade. Muitos vão ler e nem se importar quem escreveu, outros vão criticar, julgar ou gostar sem saber quem escreveu, quando escreveu, como e por que escreveu. Essa é a vida de um jornalista, ninguém liga quem escolheu as palavras, só ligam para o que está escrito.
Eu diferentemente, desde que comecei a ler, sempre olho quem é o autor e fico imaginando como que ele ou ela pensou aquilo, como foi conceber e executar aquela ideia, como foi olhar o trabalho feito e se sentir orgulhoso.
Quando pego o jornal laboratorial da faculdade e vejo meu nome lá, aquelas duas palavras que me representam, só consigo pensar no que elas significam pra mim. Sempre fico parada encarando aquelas palavrinhas como se elas me dissessem algo, como se fossem um prêmio depois de um dia cansativo e espero aquela alegria interna tomar conta de mim, uma alegria que é inexplicável que me faz querer mostrar para o mundo que quem escreveu aquele texto foi eu.
Quando vejo: Produção: Talita Vital, nas reportagens que produzo, me vem um frio à barriga de como é gratificante ver e fazer aquilo. Quando vejo meu nome nas reportagens do site da universidade, em artigos ou na minha tese, penso em como eu consegui desenvolver aquelas páginas cheias de significados e conceitos acadêmicos.
Por mais que eu me sinta frutada e desacreditada no jornalismo tradicional, ver meu nome seguido de produtos que desenvolvi e sentir essa alegria e responsabilidade me faz acreditar que não escolhi a profissão errada.
A escrita é um dom que poucos dominam, mas também é técnica. A produção de TV requer criatividade, mas também é técnica. Escrever artigos acadêmicos é puro estudo e leitura, mas requer o uso de técnicas. Porém, por trás da técnica, existem pessoas, seres humanos, como eu, que se orgulham do trabalho feito mesmo que ninguém perceba.
Quando subia os créditos do jornal televisivo ao qual eu trabalhava e lá apareceria: Talita Vital, eu pensava e penso: alguém se importa em quem é ela?
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