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Californication e o machismo disfarçado

  • Foto do escritor: Talita Vital
    Talita Vital
  • 2 de jun. de 2017
  • 2 min de leitura

Como fã da série, me sinto no direito criticá-la. Amo a série, principalmente as primeiras temporadas. O drama que mostra a vida de Hank Moody é envolvente, realista e com certo apelo sexual. Mas o que mais chama atenção na série é a narrativa principal que mostra o romance impossível entre Hank e Karen.

A série americana estreou em 2007 e seu último episódio foi ao ar em 2014. Em sete temporadas vemos Moody, o ator principal, viver uma vida boemia, composta por drogas, mulheres, bares e envolvimento em situações para lá de estranhas. Moody é um escritor de livros muito talentoso, mas não consegue viver a vida como uma pessoa normal e nem consegue ser monogâmico. Apaixonado por Karen, mãe de sua filha, Moody, tenta em sete temporadas, recuperar seu relacionamento com ela, que depois de passar por tanta coisa ao lado de Hank, decidiu larga-lo e viver sua vida.

Mas a questão nem é o melodrama junto com o humor e as cenas eróticas. O que fica nas entrelinhas é o machismo de Moody. O escritor passa a série toda se relacionando com outras mulheres, enquanto sua princesa Karen, não pode ter outros parceiros. Hank faz sexo no mínimo duas vezes a cada episódio. Karen, em uma das últimas temporadas, demostra ter tido uma noite com um astro do cinema, mas depois de alguns episódios, Moody descobre que nada aconteceu.

Além disso, em TODOS, isso mesmo, TODOS os episódios, as mulheres se jogam em cima de Hank. Ele nem tem o trabalho de conquistá-las. O personagem principal da série é um machista, com fama de pegador, que anda de porsche e usa óculos escuros e jaqueta preta. Típico né.

Entretanto o que me incomoda é que a série mostra vários problemas sociais, como familiares, alcoólicos, com drogas e profissionais, porém ela deixa escondida essa questão que incomoda, nós mulheres, desde a antiguidade.

E o que me chateia também é que muitos assistem a série e poucos percebem, pois o machismo é tão enraizado que achamos normal um homem desrespeitar sua mulher, um homem ver a mulher somente pelo seu corpo e um homem medir caráter por tamanho da saia e decote.

Em uma das temporadas achei que os produtores da série iriam acertar. Eles elencaram uma advogada linda e competente para defender Moody. Em vários episódios o escritor se insinua a advogada, que não dá moral. Mas no decorrer do tempo, ela acaba cedendo e admite que desde o começo queria ter tido um caso com o cliente.

Todas as mulheres que aparecem na tela querem uma noite ou um caso com Hank. Nada contra as mulheres se insinuarem e correrem atrás do que as atraem, elas estão no caminho certo, mas ver isso, na visão de um personagem de uma série como Californication, ficou machista e feio, sério.

Podem me criticar e falar que sou feminista, até porque feminista é elogio, mas, até eu sou machista em várias atitudes minhas e perceber esse machismo escondido foi desmotivador. Além disso, depois da terceira temporada, a série ficou muito ruim.

Enfim, assistam a série, mas tenham um senso crítico e, por favor, não se inspirem em nenhum dos personagens.


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Uma jornalista, canceriana com ascendente em aquário, que ama o cheiro de leite de filhotes de cachorros, largou a faculdade durante uns meses para viver na Europa, ama café forte, Grey’s Anatomy, Gilmore Girls e adora contar uma história!

 

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